Por um mundo com mais autenticidade e menos Photoshop
E de repente, na casa dos 30 anos, eu começo a dar mais
importância a assuntos feministas, e me dar conta do quanto nós mulheres somos
“seduzidas” por imagens perfeitas que a mídia nos impõe. Este post foi
inspirado no vídeo que conheci através do blog Vida Minimalista, e você pode acessar o post diretamente por aqui e assistir o vídeo.
A palestrante é uma mulher que luta há anos contra
essa ditadura de beleza e padrões impostos a nós mulheres. No vídeo, ela diz que muitas atrizes de Hollywood , inclusive, já declararam não
se reconhecerem nas fotos de revistas. Quem quiser assistir o vídeo, acho
interessantíssimo e com uma riqueza de informação sobre essa inversão da nossa
imagem.
Mas continuando aqui minha reflexão, eu posso dizer que há alguns anos, antes de conhecer a reeducação alimentar como
estilo de vida, eu fui leitora assídua desse tipo de revista. Esperava
ansiosamente para ver quem era a celebridade da vez que iria estampar a capa.
Sempre uma mulher belíssima, com curvas, pele, cabelo, maquiagem e roupa
perfeita. Na maioria dos casos, fotos de biquínis e maiôs, nos instigando a
comprar a revista e conhecer o segredo de beleza que faz a “bela ser tão bela”.
O que eu não havia ainda reparado, ou porque não me
importava mesmo, ou porque estava tão cega, é na quantidade de imagens dentro
da revista de “mulheres padrões”.
As publicidades de sapatos, bolsas, cosméticos, roupas são
sempre ilustradas por mulheres iguais. Seguindo a linha de magreza, beleza e
simetria idênticas.
Não há nada de diferente. Não há nada de novo. E nem de
longe aquele tipo de imagem representa a realidade de mulher que somos.
Eu não estou dizendo que somos feias, mas digo que nenhuma
daquelas fotos foi tirada e impressa sem o tratamento de imagem necessária que
esconde as nossas “imperfeições”, ou devo dizer “realidade”. Eu sei que
gostamos de contemplar coisas bonitas, e talvez se não houvesse esse tipo de
recurso, as editoras não venderiam a quantidade de exemplares que vendem.
Compramos porque gostaríamos de atingir aquele nível de
perfeição, inspiração mesmo. Mas se todas nós sabemos que não é real, que todas
as mulheres tem “irregularidades” no corpo, porque não nos apresentam essa
mulher real, e nos fazem ver que não deixam de ser bonitas só porque tem sardas
ou espinha, ou um cabelo naturalmente bonito, sem a necessidade de horas no
salão?
A cantora Pop Demi Lovato, que inspira muitas meninas por
ser um ícone da sua geração, dia desses postou uma foto, em que comparava suas
fases na carreira em relação a imagem. Ela que enfrentou problemas de
distúrbios alimentares desde muito nova, sentiu na pele essa pressão, que
felizmente tratou a anorexia e bulimia, e hoje aceita sua imagem e sente- se
muito mais feliz com o corpo que tem, e livrou-se daquela guerra com a
aparência.
A minha campanha aqui não é contra a aquisição da revista,
mas para que nós tenhamos um olhar mais crítico em relação a realidade e que
saibamos reconhecer nossos pontos fortes e principalmente ter mais amor próprio.
Todas nós temos nossa beleza. Mesmo aquelas que não gostam
de realçar com maquiagem e cosméticos.
Eu só gostaria que ao invés de nos esforçarmos tanto para
parecermos com a imagem criada no Photoshop, a indústria da moda e beleza
fizesse o mínimo de esforço para nos mostrar um pouco mais de verdade.
Talvez isso seja utópico, já que o marketing tá aí pra criar
a ilusão e a necessidade na nossa cabeça de que usando determinado produto
vamos “parecer” com aquilo que está sendo apresentado. Falo isso com
propriedade desse assunto, pois apesar de não exercer essa profissão, foi isso
que eu aprendi na minha primeira faculdade.
Eu gosto de publicidade, mas acho que tá faltando uma
revolução aí. O mercado precisa ser mais autêntico e menos “igual” na minha
humilde opinião de consumidora que já cansou de ver a mesma cara de mulher
perfeita de revista, no final da contas todas somos representadas com essa mesma cara embonecada.
Bom seria poder ver diferentes tipos de beleza, com cara de gente real e nem por isso, menos linda!
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